O mundo do entretenimento está vivendo um capítulo histórico: Disney e Universal, duas das maiores produtoras de cinema e TV do planeta, entraram com um processo de alto impacto contra a Midjourney, empresa de inteligência artificial responsável por uma das ferramentas de geração de imagens mais populares do momento. O caso, que já é considerado um divisor de águas, coloca em xeque os limites da tecnologia, dos direitos autorais e do futuro do streaming – temas que interessam diretamente ao público brasileiro, cada vez mais conectado e consumidor voraz de séries e filmes globais.
A ação foi movida em 11 de junho de 2025 no Tribunal Distrital dos EUA, Distrito Central da Califórnia, e acusa a Midjourney de infringir direitos autorais ao treinar seus modelos de IA com imagens de personagens icônicos das duas gigantes, como Marvel, Star Wars e Os Simpsons, sem autorização[2][3]. Segundo as produtoras, a plataforma funciona como uma “máquina de venda automática virtual”, criando infinitas cópias não autorizadas de obras protegidas[1].
Em resposta, a Midjourney apresentou um documento de 43 páginas alegando que está dentro dos parâmetros do “fair use” (uso justo), previsto na lei americana, e que as próprias Disney e Universal também utilizam e lucram com ferramentas de IA generativa[1]. Curiosamente, a defesa citou o CEO da Disney, Bob Iger, que recentemente declarou: “a tecnologia é uma ferramenta inestimável para artistas”, sugerindo que o uso de IA faz parte do ecossistema criativo atual[1].
Para o público brasileiro, acostumado a acompanhar lançamentos globais quase em tempo real, a discussão vai muito além dos tribunais americanos. O Brasil é um dos maiores mercados de streaming do mundo, e qualquer mudança na forma como o conteúdo é produzido, distribuído ou protegido pode afetar diretamente a experiência dos fãs por aqui. Imagine, por exemplo, não poder mais encontrar aquela fan art incrível do Homem-Aranha no seu feed, ou ter restrições ainda maiores ao uso de personagens em memes e conteúdos criados por fãs – tudo isso está em jogo.
O caso também levanta questões sobre o futuro da produção audiovisual. Com a IA cada vez mais presente em roteiros, efeitos visuais e até na criação de personagens, o que será considerado “original” daqui para frente? Como ficam os direitos dos artistas e das produtoras em um cenário onde máquinas podem recriar, misturar e distribuir conteúdo protegido em escala global?
Enquanto o processo segue sem data marcada para audiências, especialistas apontam que este é apenas o começo de uma série de disputas que devem moldar o futuro do entretenimento digital. Para o fã brasileiro, o recado é claro: o que acontece nos tribunais americanos hoje pode definir o que você vai assistir – e como vai interagir com seus personagens favoritos – amanhã.