A série Tremembé, um dos grandes sucessos do Prime Video no Brasil, continua disponível na plataforma após a Justiça negar o pedido urgente de Sandrão para sua remoção. A decisão, proferida pela juíza Ana Cláudia de Moura Querido, da 1ª Vara Cível de Mogi das Cruzes (SP), equilibra o direito à liberdade de expressão com alegações de distorção de fatos reais, gerando debate acalorado entre fãs de true crime e produções nacionais.[1][2]
Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão, é retratada na produção pela atriz Letícia Rodrigues. A ex-detenta, envolvida no sequestro e assassinato de um adolescente em 2003, acusa o roteiro de exagerar seu papel no crime. Segundo sua defesa, a série a apresenta como mandante e executora, enquanto a sentença criminal a qualificou apenas como partícipe secundária. Sandrão pede não só a retirada imediata da série, mas também indenização de R$ 3 milhões por danos morais, alegando impactos na sua ressocialização, como hostilizações e medo por sua segurança.[1][2]
A juíza negou a liminar com base no artigo 300 do Código de Processo Civil (CPC), afirmando que não foram comprovados os requisitos para tutela de urgência. "O caso dos autos esbarra no direito de liberdade de expressão que, embora assegurado pela Constituição Federal, não possui caráter absoluto, devendo ser exercido em harmonia com outros direitos fundamentais", destacou a magistrada em trecho da decisão. A Amazon Prime Video e a produtora Medialand têm 15 dias para se manifestar, e o processo principal segue tramitando sob o número 4006681-28.2025.8.26.0361.[1][2]
Tremembé explora histórias reais de mulheres presas na Penitenciária Feminina de Tremembé, uma das mais famosas do país, localizada em São Paulo. A série, que mistura drama, suspense e elementos de true crime, rapidamente conquistou o público brasileiro por sua abordagem crua e fiel aos bastidores do sistema prisional. Fãs elogiam a atuação de Letícia Rodrigues como Sandrão, destacando como a produção humaniza figuras controversas sem romantizar crimes hediondos. Disponível desde o lançamento no Prime Video, a atração se tornou hit nas redes sociais, com debates sobre justiça, redenção e o limite da ficcionalização de eventos reais.[1]
Para o público brasileiro, viciado em séries como Dom, Bom Dia, Verônica e agora Tremembé, esse caso reacende discussões sobre o impacto das produções de streaming na vida real. Muitos internautas defendem a permanência da série, argumentando que a arte deve ter liberdade para reinterpretar fatos públicos, especialmente crimes julgados e amplamente noticiados na época. Outros apoiam Sandrão, questionando se a distorção pode perpetuar estigmas contra ex-presas em processo de reinserção.[3]
A decisão judicial não é final: o mérito do processo será analisado futuramente, podendo resultar em alterações no conteúdo ou compensação financeira. Enquanto isso, Tremembé segue firme no catálogo do Prime Video, reforçando o streaming como polo de conteúdos nacionais ousados. Para os brasileiros que devoram true crime, essa polêmica só aumenta o hype em torno da série, provando que histórias reais sempre geram mais engajamento. Fique de olho: o próximo capítulo pode vir direto dos tribunais.[2]
O caso exemplifica os desafios da indústria de entretenimento no Brasil, onde liberdade artística colide com direitos pessoais. Plataformas como Prime Video investem pesado em originais locais para competir com Netflix e Globoplay, e produções como essa apostam em narrativas impactantes para fidelizar o público. Sandrão, por sua vez, usa os holofotes para clamar por justiça, transformando sua história em um debate nacional sobre mídia e responsabilidade.[1][3]