Um dos assuntos mais quentes nas redes sociais brasileiras nos últimos dias é o papel dos youtubers na crítica e divulgação do cinema nacional. Tudo começou com um vídeo do criador de conteúdo Gaveta, que apontou que muitos youtubers não respeitam o cinema brasileiro e preferem atacar produções locais para gerar engajamento. A fala provocou uma onda de reações no Twitter, dividindo opiniões entre quem defende o direito à crítica e quem acredita que o tom debochado e desinformado de alguns influenciadores prejudica a imagem do setor.
A polêmica expõe uma questão mais profunda: a dificuldade do público em enxergar o cinema nacional como uma arte de valor, e não apenas como um produto. Enquanto parte da comunidade digital defende o direito de crítica, outros apontam que o humor ácido e a desinformação de alguns criadores de conteúdo podem afastar espectadores e desvalorizar produções brasileiras.
Entre os canais mais influentes no debate estão Pipocando, Omeleteve, Super Oito, Carol Moreira, Natália Kreuser e Lully de Verdade. Muitos desses canais têm milhões de inscritos e são referência para quem busca opiniões sobre filmes nacionais e internacionais. No entanto, o tom de algumas críticas, especialmente quando se trata de produções brasileiras, tem sido alvo de questionamentos.
Renato IMPERA, outro nome envolvido no debate, chegou a afirmar que youtubers de cinema estão “destruindo” o cinema nacional ao priorizar o entretenimento em detrimento da análise qualificada. Já criadores como Gaveta defendem que o problema não está na crítica em si, mas na forma como ela é feita — muitas vezes com preconceito cultural e falta de conhecimento sobre o contexto das produções.
Para especialistas, o debate revela uma necessidade urgente de maior responsabilidade dos influenciadores ao abordar temas culturais. O cinema nacional já enfrenta desafios históricos, como falta de distribuição e apoio, e a crítica desinformada pode agravar ainda mais a situação. Por outro lado, há quem defenda que o humor e a crítica ácida são válidos, desde que não sejam usados para desmerecer obras sem justificativa.
Enquanto o debate segue acalorado, uma coisa é certa: os youtubers têm um papel cada vez mais importante na formação de opinião sobre o cinema brasileiro. A pergunta que fica é: até que ponto a crítica pode ser livre sem prejudicar a indústria cultural do país?